Em tempos de lockdown na Inglaterra (espero que no Brasil também), mais do que antes, tenho tentado me distrair com as leituras. Confesso, não tem sido fácil. Às vezes, me perco nas frases, pensando nos números (de casos e mortes). Além de tudo, tenho que administrar as proporções de tudo isso na cabecinha do meu filho de quatro anos. Às vezes, minha cabeça não consegue absorver tudo isso. Não sou de ferro. Tenho vários momentos de incertezas e, até mesmo, desespero e choro escondido. Mas, sigo (ou pelo menos tento) com esperança de que tudo isso vai passar e que eu terei os meus ao meu lado. O isolamento social é essencial para isso. Mas, como é difícil. Tenho certeza de que me prender em casa é uma das atitudes que mais provam a liberdade que tenho (e os privilégios). Há quem não tenha essa escolha. Há quem esteja, de fato, preso à rotina, por necessidades vitais. Penso nessas pessoas com solidariedade. Penso nos Key Workers (enfermeiros, médicos, faxineiros, entregadores e todos os profissionais das atividades essenciais) com gratidão eterna. Sim, olharei para eles com outro olhar. Com mais amor. Com mais empatia. E que isso tenha uma razão de estar acontecendo. Que a gente entenda, de uma vez por todas, o que importa na vida (A VIDA – de todos). Se puder, fique em casa.